Há um ano, em 23/05/2021, falecia o arquiteto Paulo Mendes da Rocha, expoente da escola paulista de arquitetura. Paulo se notabilizou pelo estilo único, que aliava funcionalidade e expressividade plástica e ao mesmo tempo preservava o desenho limpo e a pureza das formas.

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Nascido em 25/10/1928 em Vitória, Espírito Santo, Paulo Paulo Mendes da Rocha era filho do engenheiro Paulo Menezes da Rocha, responsável pelos planos de combate à seca no Nordeste no começo do séc. XX e diretor da Escola Politécnica da USP nos anos 40.

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Formado em arquitetura e urbanismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, Paulo integrou a geração de arquitetos de influxo modernista influenciada por João Batista Vilanova Artigas.

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Destacou-se profissionalmente após projetar o Ginásio do Clube Atlético Paulistano (1958) — obra que lhe rendeu o Grande Prêmio da 6ª Bienal Internacional de São Paulo, antecipando várias características estéticas formais da chamada "virada brutalista".

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O edifício se distingue pelos grandes espaços abertos e pelo desenho peculiar dos pilares de concreto, que criam a sensação de leveza à medida em que afinam antes de tocarem o solo.

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Paulo assumiu o cargo de professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP em 1961. Desenvolveu paralelamente outros projetos de grande destaque, incluindo a sede social do Jockey Club de Goiânia (1962) e sua residência no bairro paulistano do Butantã (1964).

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Ao lado de Vilanova Artigas e Fábio Penteado, integrou a equipe que projetou o Conjunto Habitacional Zezinho Magalhães Prado/Parque Cecap (1968) — conjunto de moradias populares em Guarulhos.

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A oposição de Paulo ao golpe de 1964 e suas ideias sobre o papel social da arquitetura lhe granjearam a antipatia da ditadura militar. Após a promulgação do AI-5, o arquiteto teve seus direitos políticos cassados e seu registro profissional cancelado.

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Paradoxalmente, Paulo venceu no ano seguinte o concurso nacional para o Pavilhão do Brasil na Expo'70, de Osaka, sendo posteriormente premiado em concurso internacional promovido pelo Centre Georges Pompidou de Paris.

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Nos anos 70, Paulo assumiu a presidência da seção paulista do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB/SP) e projetou o Estádio Serra Dourada, em Goiânia (1975). Em 1986, venceu o concurso para o projeto do Museu Brasileiro da Escultura (MuBe) em São Paulo.

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Atuou também no campo do urbanismo, apresentando o audacioso desenho da Cidade do Tietê (1981) e os planos de reurbanização das baías de Vitória (1993) e Montevidéu (1998).

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As propostas urbanísticas se assentavam no pensamento desenvolvimentista da escola paulista de arquitetura, baseado por sua vez no projeto político do antigo Partido Comunista Brasileiro, que preconizava a necessidade de alavancar o desenvolvimento das forças produtivas.

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Não obstante, Paulo criticava severamente a subordinação da arquitetura às contingências do capital, defendendo a primazia das necessidades humanas como elemento norteador do partido arquitetônico.

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Também foi um profundo admirador do construtivismo soviético, sobretudo em relação ao planejamento urbano, enxergando-o como uma tentativa de contraposição à desumanização das metrópoles capitalistas e à prevalência da visão predatória do consumo.

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Paulo obteve crescente reconhecimento internacional a partir dos anos noventa, quando elaborou uma série de projetos de reforma e de intervenções urbanas, estimulando um reavivamento do interesse internacional pela arquitetura brasileira.

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Desenhou o pórtico da Praça do Patriarca (1992), elaborou a reforma da Pinacoteca do Estado (1993) e o projeto do Centro Cultural FIESP (1996), todos em São Paulo.

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Foi homenageado com uma sala especial durante a 10ª Documenta de Kassel, na Alemanha (1997), e laureado com o Prêmio Mies van der Rohe de Arquitetura Latino-Americana (2000). Em 2006, venceu o Pritzker, o mais importante prêmio da arquitetura mundial.

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Dez anos depois, foi homenageado com o Leão de Ouro, da Bienal de Veneza e recebeu o Prêmio Imperial do Japão. Em paralelo, desenvolveu novos projetos internacionais, desenhando as novas instalações do Museu Nacional dos Coches e Casa do Quelhas, ambos em Lisboa.

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