Hoje é Dia do Índio, de lembrar que, antes de negra e africana, a escravidão brasileira foi indígena. A escravização dos índios começou imediatamente após a chegada dos portugueses. O primeiro navio a cruzar o Atlântico com pessoas escravizadas levava indígenas e não africanos.

Em 1511, a nau Bretoa, de Bartolomeu Marchionni e Fernando de Noronha, chegou a Portugal com uma carga de papagaios, peles de onça pintada, toras de pau-brasil e 35 indígenas cativos. Quatro anos depois, 85 índios brasileiros eram vendidos como escravos em Valência, na Espanha.

Em 1545, a capitania de São Vicente, no litoral paulista, comanda por Martim Afonso de Sousa, tinha cerca de 3.000 nativos escravos, que trabalhavam em seis engenhos de açúcar. A primeira atividade econômica da atual cidade de São Paulo foi a compra e a venda de seres humanos.

Segundo o historiador Luiz Felipe de Alencastro, São Paulo nasceu como uma “feira de trato”, onde indigenas capturados no interior do Brasil eram comercializadores. A “bandeira” de Raposo Tavares (foto), que partiu de SP em 1628, escravizou entre 40 mil e 60 mil índios.