Os lugares de adoração parecem ser um problema. E o problema não parece ser arquitetônico. As grandes catedrais góticas que dominam o cenário de uma cidade não garantem que a adoração a Deus predomine naquela cidade.
Choupanas de madeira sem pintura, caindo aos pedaços e precariamente montadas numa planície não garantem uma comunidade de santos humildes vestidos de sarja.
As observar ao longo dos séculos, o desenvolvimento dos diversificados e numerosos projetos de construção em nome de Deus – o tabernáculo no deserto, as tendas de avivamento, a catedral gótica, a capela ao lado da estrada rural, a sinagoga, o templo, a casa de encontros, a…
…congregação em salões alugados que dão para a avenida, as catacumbas – parece não haver conexão alguma entre as construções e em si e a crença e o comportamento das pessoas que ali se reúnem.
Ao observar tudo isso, não é incomum descartarmos as construções, dizendo: “O lugar de culto não é uma construção: são as pessoas”; ou “Prefiro adorar a Deus na ‘grande catedral’ ao ar livre”.
Essas declarações são baseadas no seguinte princípio bíblico: “O Deus que fez o Universo não habita em santuários padronizados feitos pelos homens”. Com isso, espera se encerrar a discussão. Deus não habita em construções e acabou. É isso que dizemos com frequência.
Mas, então, aparece Ageu que não pode ser ignorado.
Ageu foi honrado com o título de “profeta” (por isso precisamos levá-lo a sério).
Sua única missão, cumprida num período de de três meses e meio, foi chamar a atenção do povo para a construção do templo de Deus (o mesmo que tinha sido destruído por ordem de Deus apenas setenta anos antes).
Comparado aos grandes profetas que pregaram arrependimento e a salvação, a mensagem de Ageu não parece ser muito “espiritual”. Mas na economia divina talvez não seja sábio classificar como menos ou mais espiritual. Não somos anjos: habitamos um espaço físico.
Materiais – tijolos, argamassa, tábuas e pregos nos mantêm com os pés no chão e conectados ao mundo habitual em que necessariamente vivemos nossas crenças fora do comum.
Ageu nos lembra que a época de reformar o prédio em que adoramos é um ato de obediência, tão importante quanto a oração feita nesse local de adoração.

Eugene Peterson – Introdução ao livro de Ageu, na Bíblia “a Mensagem”.
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