Grande repercussão da coluna de ontem sobre o governo Boulos. Segue o debate:

Auxílio emergencial em São Paulo: 3,4 milhões de benefícios.

500 mil do Bolsa
600 mil do CadÚnico além do Bolsa
2,3 mi fora do CadÚnico
Renda solidária: promessa de 3 milhões de pessoas, mas tem uma sacada.

Seriam na verdade só 1 mi de benefícios: 3 mi de "atendidos" são os demais dependentes da família. https://twitter.com/guilhermeboulos/status/1316064303703887873
Equivalente a somente 30% dos benefícios do auxílio emergencial na cidade.

Ao contrário do que a candidatura sugeriu quando o AE foi cortado pela metade, a renda solidária não servirá então ao mesmo público - infelizmente nem de perto.
A título de comparação, a promessa de 3 milhões de atendidos representaria para o AE mais de 120 milhões de atendidos pelo benefício federal e - não os 67 milhões de benefício.
A diferença: 3 milhões de benefícios ou 3 milhões de "beneficiados indiretamente" representa uma mudança grande no custo.

Ou o benefício é generoso ou é barato. As duas opções são legítimas, mas precisam ficar claras.
Minions ficaram bravos com a coluna, alegando que o custo é baixo. Nesse formato então, que fique evidente: a promessa da renda solidária teria 70% menos benefícios do que o auxílio emergencial.

Uma minoria dos beneficiários seria alcançada.
Quanto ao passe livre, a gente não tem um cálculo completo do custo - palavras do candidato.

De novo, o diabo está nos detalhes. Quanto mais abrangente, mais cara. Pode ser barato, mas aí alcança poucos.
Os 3,4 milhões do AE não têm emprego formal. Poderiam receber o passe livre para desempregados? E os que não têm emprego formal mas tem renda familiar maior que o limite de pobreza do AE - alguns outros milhões?
Outro aspecto questionado é os R$ 17 bilhões em caixa. Mesmo o que não é vinculado tem destinação - a prefeitura não fechará o ano com superavit.

Supondo que o eleito pudesse dar outro uso para o dinheiro, são bilhões e bilhões que seriam cortados de algum lugar. De onde?
Muitos reclamaram de apenas @GuilhermeBoulos ter sido escrutinizado. O endereçamento é justificado logo no início: em alta, é o possível desafiante no segundo turno.

Não tenho dúvida de que há problemas nos planos de outros candidatos, inclusive promessa de corte de impostos.
A coluna sugere que liderasse o debate sobre tributação progressiva, e que revisse a posição do partido sobre previdência (que consome quase R$ 10 bi dos paulistanos com contribuição patronal+deficit, e nos próximos anos só com deficit)
Fico no aguardo do seguimento do debate, agradecendo entre tantas mensagens raivosas a cordialidade da @decasocamila e do @mmartinsrocha, economistas do @GuilhermeBoulos .
(não vai dar, porém, pra responder todas as mensagens que estão chegando - algumas de pura raiva).
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