Pediram algumas recomendações da @mostrasp deste ano. Vamos lá:

1) Cidade Pássaro - Funcionando como estudo de personagem, comentário social e um mistério instigante, este filme brasileiro é ancorado ainda por um elenco excepcional.
2) Não Há Mal Algum - Era o meu favorito ao prêmio de roteiro na última @berlinale (aliás, um de meus favoritos do festival e ponto).

3) City Hall - Comentei esse documentário do Frederick Wiseman outro dia aqui. https://twitter.com/pablovillaca/status/1317999128647958528
4) Dau: Natasha - Este é apenas um dos vários longas que resultaram de um dos projetos mais insanos da História do Cinema (e vocês sabem que eu raramente uso a expressão "um dos mais (bláblá) da História). Contei um pouco dela aqui: https://twitter.com/i/events/1229135924631568385
5) Malmkrog - Pontualmente cansativo – embora nem de perto o tanto que poderíamos esperar de um filme com 200 minutos de duração e composto totalmente por diálogos -, é uma obra madura, ousada e que, mesmo imperfeita, é um atestado da inteligência e do talento de seu diretor.
6) Siberia - Poucos diretores têm usado o Cinema como uma forma de terapia de modo tão constante e fascinante quanto Abel Ferrara.

7) Berlin Alexanderplatz - Encontra boas soluções para a modernização do livro (de 1929) e conta com um elenco excelente. Não é Fassbinder, mas...
8) Entre Cão e Lobo - É fácil julgar os três personagens deste documentário como indivíduos malucos, tolos ou tomados por uma ideologia que os cega para a realidade, mas o fato é que há beleza na persistência de sua crença numa revolução.
9) Minha Irmã - Filme de câncer nunca acaba bem. Nunca. Mas este encontra sua razão de ser graças à performance intensa, sensível e complexa de Nina Hoss.
10) Nadando Até o Mar se Tornar Azul - Jia Zhang-ke realiza um documento de memórias pessoais, culturais, políticas e sociais a partir da subjetividade de seus entrevistados, mas com o propósito de criar o registro de uma nação em permanente construção e desconstrução.
11) Todos os Mortos - A luta de classes não é uma fenômeno recente, não é um conceito “de esquerda” e definitivamente não é uma invenção de acadêmicos que desprezam a burguesia. Este filme brasileiro compreende todos estes fatos mesmo às vezes falhando em articulá-los.
12) Fábulas Ruins - É um feel-bad movie, uma alegoria do sentimento de frustração e desajuste crescente de uma classe média que insiste em se enxergar como privilegiada e superior ao mesmo tempo em que reconhece sua insignificância aos olhos das elites econômicas e políticas.
13) O Charlatão - Não é nem de perto um dos melhores de Agnieszka Holland, mas nada vindo desta é possível ignorar. Além disso, a história (baseada em fatos reais) é interessante mesmo que em alguns momentos a cineasta compre excessivamente a mística em torno do personagem.
14) Dias - Há ocasiões em que o filme testa a paciência do espectador; nas demais, todavia, esta é recompensada com a humanidade de seu veterano diretor.
15) Irmãs - Mesmo limitado por uma verba baixa que por vezes pode ser constatada na tela, é uma obra que indica um caminho promissor para todos os envolvidos.
A partir deste tweet, vou comentar outros filmes da @mostrasp, não apenas aqueles que eu indicaria como nos tweets anteriores.

16) Um Crime Comum - Há muito a se dizer sobre a culpa pequeno-burguesa em relação às desigualdades sociais e à opressão de minorias. Mas não aqui. 2/5
17) Impedimento em Cartum - O doc começa com o letreiro "Sob o atual regime militar islâmico no Sudão, as mulheres não podem jogar futebol e nem fazer filmes. Mas..."

É neste "mas" que nascem as revoluções. Assim, mesmo sem foco, há muito que se apreciar no filme. 3/5 #mostrasp
18) Miss Marx - Tributo memorável ao espírito combativo e à dedicação da filha caçula de Marx às ideias do pai (que, por sua vez, foram expandidas por sua própria experiência da condição oprimida da mulher), traz uma performance fabulosa de Romola Garai. 4/5 #mostrasp
19) CoroNation - Ai Weiwei, que como documentarista é sempre corajoso em suas denúncias e humano em suas abordagens, usa as imagens "contrabandeadas" por seus colaboradores para criar um retrato que contrapõe a eficiência (tardia) chinesa à sua frieza sistêmica. 4/5 #mostrasp
20) Vivos - O objetivo de Ai Weiwei não é tentar descobrir o que houve com os 43 estudantes mexicanos desaparecidos em 2014, mas sim dar voz aos seus familiares, resultando em um documentário doloroso que demonstra o descaso do governo diante da perda de quem já nada tinha. 4/5
21) Welcome to Chechnya - Dramaticamente impactante e de uma importância absoluta, este doc serve como denúncia contra autênticos crimes contra a Humanidade e homenagem aos que tentam combatê-los, evitá-los e expô-los. 5/5 #mostrasp
Aliás, Welcome to Chechnya é tão eficiente que há certo recurso narrativo que ainda na primeira metade antecipei que ocorreria, mas que, quando finalmente surgiu na tela (aos exatos 84 minutos), senti arrepios e chorei como se pego de surpresa.
Aliás, ainda dá pra alugar também outros filmes que elogiei, mas farei uma thread separada para os links.
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