Uma vez, avisamos o professor (formado por Chicago) que um colega de sala não tinha comparecido à prova porque estava passando mal. Seguiu-se um discurso de meia hora do professor, para a classe inteira (que estava pronta para fazer a prova!), que a gente era fraco.+ https://twitter.com/sam_schatzmann/status/1309667251809849345

Esse mesmo professor também me esculhachou -- do nada! -- quando fui à sala dele tirar uma dúvida. Do nada, de graça! Era um cara jovem, e parecia estar impondo aos outros os sofrimentos pelo que passou em seu doutorado.+

Esse é um tema que tenho como caro. Acadêmicos e gestores deveriam ser treinados para o papel que cumprem, mas não é raro ver uma "seleção adversa", em que gente muito boa tecnicamente e com zero people skills é promovida a gestor/orientador/professor.+

Nesse processo, a academia -- que deveria ser um ambiente colaborativo, voltado para a produção do conhecimento -- vira um ambiente desnecessariamente e contraproducente cruel. É possível apontar falhas e faltas em um projeto de pesquisa sem humilhar o pesquisador.+

Tem como mudar, mas para isso primeiro é preciso reconhecer que há um problema. Enquanto, como diz a Samira, gente da academia continuar dizendo que "apanhei e isso não me fez mal" (como não?), seguiremos cegos e reproduzindo um mal sistema.

Pra quem se interessa pelo tema: a economista americana @Claudia_Sahm tem denunciado o ambiente tóxico na academia e em instituições de pesquisa em economia nos EUA. Aqui o link para o post dela: http://macromomblog.com/2020/07/29/economics-is-a-disgrace/