Holocausto brasileiro, a história do maior hospício do Brasil (1903)
Barbacena, MG
O hospital colônia a principio era um local criado pra ajudar pessoas que sofriam com tuberculose, com o passar dos anos, se tornou um hospício para ajudar quem tivesse transtornos mentais
O hospital era gigante, composto por 16 pavilhões, e construído com a finalidade de abrigar de 200 a 300 pacientes. Já nos anos 40 essa marca ultrapassava os 5000. Tudo isso se deve ao fato de que o caso começou a tomar proporções gigantes, pessoas que não tinham problemas
eram enviadas pra lá, como negros, prostitutas, moradores de rua e homossexuais. Como que ocorria esse "envio" das pessoas para o hospício? Vagões em trens possuíam uma marca, nome ou algo do tipo dizendo que aquele vagão era especialmente para os loucos que seriam enviados p/ lá
Todas as pessoas que chegavam lá eram submetidas a vários métodos de tortura, entre eles, choque na cabeça, o que causou problemas para alguns, além disso as pessoas tomavam banhos escaldantes, eram obrigadas a ficar sem roupa e muitas vezes sem comer.
Além disso, devido a superlotação, nas épocas de inverno, como não existiam colchões nem lençóis suficientes para todos, as pessoas começaram a ser empilhadas umas em cima das outras, o que ocasionava em mortes quase que diariamente.
Várias pessoas foram morrendo ao longo da história do Hospital Colônia, quando entravam em óbito elas eram enviadas ao cemitério por um carrinho, nesse momento as pessoas também eram amontoadas e empilhadas, não existia nenhum tratamento especial mesmo após a morte.
Na maior parte das vezes as pessoas eram enterradas em pé para ocupar menos espaço, as proporções se tornaram muito grandes, o número de pessoas que eram enterradas era cada vez maior até que chegou um ponto em que um terreno inteiro da cidade apodreceu.
Além de enterrar todos esses cadáveres, após uma investigação foi encontrado um livro de registros de venda de corpos. Como que funcionavam essas vendas? Após a morte, caso a pessoa não tivesse parentes ou algo do tipo, eles vendiam o seu corpo para as universidades.
O problema piorou quando a demanda se tornou maior que o número de mortos, então eles começaram a matar as pessoas para vender seus corpos para as universidades. Um dos esquemas feitos era que eles ligavam para avisar a família que o paciente tinha morrido
caso a família dissesse que gostaria de ir buscar o corpo ou algo do tipo, eles davam uma desculpa de que tinham se enganado e a pessoa não tinha morrido, caso contrário, se a família não se importasse, eles iam lá, matavam o paciente e vendiam o seu cadáver
Mais de 1800 cadáveres foram vendidos.
Além disso, outro crime que ocorria no hospício era a mão de obra escrava, muitos dos pacientes eram obrigados a trabalhar em construções ou em serviços para o prefeito em troca de comida.
Mesmo sendo considerado um hospital, existiam poucos médicos no local, lá dentro só existiam dois tipos de remédios, que eram usados para qualquer tipo de doença, ou seja se você fosse esquizofrênico você tomaria o mesmo remédio de uma pessoa que não tem problemas e vice versa
Outro problema envolvendo os médicos, eles tinham um local chamado "Fervedeira" que existiam alguns caldeirões com água fervente, que eram usados para colocar as seringas, pois lá todas as pessoas compartilhavam as mesmas seringas.
Outro crime que foi cometido, começaram a levar as crianças pra lá, mais de 100 crianças foram enviadas para o hospício, dessas 100, apenas 6 sobreviveram.
Em 1979 um fotógrafo foi ao local que ninguém sabia ao certo se era um hospital, um hospício, ou uma prisão. O fotógrafo tirou diversas fotos do local, apesar de se tratar de fotos extremamente tristes, retratavam a realidade. Em certo momento uma criança perguntou
se o fotógrafo não podia ser seu pai pois ele não aguentava mais viver lá. Em 1974 um homem foi até o local para ver como era e saiu de lá com uma história terrível, segundo ele, uma criança desobedeceu a uma freira que tomava conta do local, e ela acabou sendo crucificada
Existem vários outros casos que ficaram famosos, infelizmente não cabem nessa Thread, vamos deixar aqui o link do vídeo do @BrunoFabil que lá ele conta de forma mais detalhada como ocorreram todos os principais casos
Enfim, o local não acabou por conta dos depoimentos brasileiros mas sim quando um italiano que esteve em Auschwitz chegou lá e disse que aquilo era pior que qualquer campo de concentração, era um verdadeiro holocausto.
Hoje em dia você pode visitar o local e ver como que funcionava aquela loucura. Estima-se que mais de 60 mil pessoas morreram dentro do hospital de Barbacena.
Enfim galera esse foi o caso de hoje, desculpe se em algum momento ficou mal explicado ou algo do tipo
Se trata de uma história gigante com vários detalhes, e nós ainda estamos aprendendo a melhor estruturar nossos textos, obrigado por ler até aqui, não se esqueçam que somos uma página nova, então sigam a gente e nos mandem sugestões na DM 📩
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