Tô ciente da publicação da vacina da vacina de Oxford. Mas é a confirmação do que já foi noticiado, que é segura e desperta resposta imune. Tanto já era sabido que por isso puderam vir pro Brasil. O passo importante é o próximo: se a imunidade é protetora.
https://www.thelancet.com/lancet/article/s0140-6736(20)31604-4
Tem imunidade não protetora? Tem sim, segue um pequeno fio com exemplos.
A resposta imune pode simplesmente não ser capaz de impedir o vírus de entrar nas células e se replicar. Ou vírus pode ter um ciclo transmissão direta de célula para célula e ser capaz de impedir a célula onde está de avisar o sistema imune. É o caso do vírus da herpes.
A resposta imune pode reconhecer o vírus, mas ele muda tão rápido que o sistema imune tá sempre atrasado, correndo atrás do vírus errado. É o que o influenza faz todo ano pra voltar a causar gripe. É o que o HIV faz todo dia dentro de alguém, por isso dependemos de remédios.
Ou a resposta imune pode reconhecer o vírus e ele se aproveitar disso para infectar mais células, como as de defesa. É o que o vírus da dengue faz na segunda infecção, que aumenta as chances de virar dengue hemorrágica. Foi o que aconteceu com a vacina do vírus respiratório (RSV)
Não temos evidência de que uma vacina da COVID vá em qualquer direção dessas ainda. Mas essa variedade de respostas é um dos motivos de tantas vacinas falharem (94%) em testes normais. Daí a importância de esperar os resultados.
Só acrescentando, que já tinha esquecido. No caso da vacina contra o RSV que foi abandonada, ela despertava uma inflamação do pulmão que causava falta de ar. Parecido com o que a COVID-19 causa. Esse tipo de resposta imune inflamatória também não é interessante.
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