Uma cena que tenho pensado a respeito...

Nós somos um país negro que foi colonizado por um país branco. 50 anos atrás, pessoas brancas, com boa ou má vontade, estavam em todos espaços de previlégio mesmo sendo uma minoria. Pessoas “mistas” estavam mais próximas desse previlégio

e pessoas negras (e escuras) estavam mais longe desses espaços.

Toda revolução foi construída sob um ponto de vista radical de eliminação de tudo que era branco para dar espaço a tudo que era negro. Não era sobre aquele branco em específico ou aquele misto em específico

mas sobre o trauma colectivo da escravatura, colonização e racismo. Era sobre devolver aos negros o que foi roubado.

Então conseguimos a independência. Viva. Conseguimos com luta armada. Haviam ali e aqui um ou dois brancos nas fileiras a lutar por nós.

Voltemos pra actualidade

Em Moçambique, conhecem alguma pessoa branca (de preferência que nos “ajudou” a conseguir a Independência) que seja pobre? Português?

O sector público e cargos de governação serem preenchidos de pessoas negras é o argumento para “não haver racismo em Moçambique”. Mas então, para os que trabalham no sector privado ou ONGs, os vossos chefes são: