Eu lembro quando comecei a participar do Twitter em meados de Junho de 2019 e esbarrei nos perfis do @Lets_Dex, @_Leitadas_Loen, @Pinguc0_ e tantos outros. Eram perfis pequenos, menores do que o meu.

Não eram seguidos por famosos. Éramos só jovens cidadãos sem voz na política.
Minhas primeiras interações com eles foram memes. Mais precisamente, eu abri o Photoshop e fiz algumas montagens. Eles acharam engraçado, deram RT e pessoas que não me conheciam passaram a me seguir porque também gostaram. Com isso, atingi minha primeira centena de seguidores.
Dentre esses seguidores, fiz amizades, o que inclui esses meninos que hoje são gigantes.

Quem os conhece hoje pensa que ficaram famosos graças a influenciadores e políticos, mas não foi assim. Isso veio depois. Muito depois. Para terem ideia, até a oposição contribuiu primeiro.
Acompanhei de perto o crescimento deles não só como espectadora, mas como amiga deles. Sei do que falo, até porque eu tive uma experiência muito parecida com a deles em 2019 quando fui uma das primeiras a denunciar esquemas entre influenciadores, jornalistas e políticos.
Para vocês entenderem a dimensão da coisa, eu tinha 100 seguidores numa semana que se resumiam a amigos e na seguinte acordei com 20 mil. Vocês conseguem imaginar como é isso? Sim, é excitante, mas ao mesmo tempo, é terrivelmente assustador quando se não está esperando por isso.
Quantos que ficaram famosos do dia pra noite ainda estão ativos e crescendo até hoje?

Não é o meu caso, mas esses meninos anônimos? Continuam crescendo. Continuam porque dão voz a quem não tinha. Continuam porque acertam. Continuam porque representam parte do eleitorado.
Eu sempre fui apoiadora do Bolsonaro, eu sempre gostei do Olavo e sempre tive um espírito conservador, mas sabe o que eu não tinha? Voz.

E por que eu não tinha voz? Porque eu ficava esperando que algum famoso já estabelecido na direita falasse, mas adivinha? Eles nunca falavam.
Eu lembro o como me frustrava comentando no Facebook e Youtube tentando alertar sobre Coppolla, Frota, Joice, Mamãefalei, Rádio Vox e o caramba. Eu era esculhambada. Por que? Porque enquanto eu enxergava maldade nessas pessoas, a turminha famosa os apoiava.
Falam tanto de controle das redes, mas quer uma redpill? A direita também era controladora pra c*r*lho nas redes.

Páginas do Orkut? Moderadas. Páginas de Facebook? Moderadas. Comentários do Youtube? Moderados.

Mesmo que seu comentário não fosse apagado, você era massacrado.
Levaram-se anos até que eu esbarrasse num bando de jovens que nem eu numa rede livre que percebessem a mesma maldade que eu enxergava.

Imagina se existisse um Dex em 2018 para avisar do Frota, Joice e cia? Quanta m*rda não teríamos evitado? Pois é, só que não tínhamos.
Então entenda: o meu ponto não é que esses meninos estão sempre certos, porque as vezes eles erram e as vezes até discuto com eles.

O meu ponto é que eles representam uma parte do eleitorado que era totalmente órfã e que sempre esteve insatisfeita com a falta de representação.
Em outras palavras, dizer que o Dex, Leitadas e outros anônimos são traidores do governo porque criticaram deputados que estavam parados ou pela hashtag do Mendonça é o mesmo que dizer que cada um de nós que nos identificamos tudo isso também somos traidores e devemos nos calar.
E levando em conta que essa tentativa de calar perfis do Twitter ver justamente da direita que antes tinha controle absoluto das redes e pautava a direita com narrativas combinadas, é mais do que natural que queiramos nos afastar de vocês.

De controle social, já bastava o 5TF.
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