Como a bissexualidade desafia o conhecimento de gênero binário que temos, e porque esse é um dos motivos dela ser invisibilizada; uma thread.

A bissexualidade (incluindo aqui, usando bissexualidade enquanto termo guarda chuva, outras identidades multissexuais também), como uma orientação sexual e afetiva, é vista como um comportamento que não faz diferença entre os gêneros. Sem uma diferença concreta entre os gêneros

masculino e feminino, não só todo nosso conhecimento de sociedade (falando de sociedades binarias) é desafiado, como também as próprias identidades monossexuais (hétero, gay, lésbica). Isso porque se a diferença entre os gêneros não é especificada, o mesmo acontece com as

sexualidades heterossexuais e homossexuais. A homossexualidade e heterossexualidade (como os gêneros) são construídas enquanto opostas e negativos um ao outro, fazendo com que a bissexualidade se torne, na prática e teoria, uma sexualidade subversiva a essa ordem.

Todas essas estruturas de organização social, gênero e sexualidade, como binários, criam uma estrutura de opressão que violenta, invisibiliza e oprime, bissexuais, por consequência. Mas não se enganem ao acharem que não existe uma organização de pensamento, e movimentação para

oprimir bissexuais. É conhecido, na história da bissexualidade, escritos que acusavam bissexuais de serem transfóbicos, por exemplo, sem baseamento nenhum e com interesse político de invisibilizar uma sexualidade que poderia manchar o nome do movimento LGBTQ+.

Existem várias outras questões que colaboram para a opressão sistemática de bissexuais, porém não irei citar todas nessa thread. No meu perfil você consegue encontrar fios que tratam de outras faces da bifobia.

Falando de fontes:

livro Bi: Notes for a Bissexual Revolution (Bi: notas para uma revolução bissexual)

artigo The epistemic contract of bissexuality erasure (O contrato epistêmico do apagamento da bissexualidade)

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