Bolsonaro pode se tornar o líder de maior impacto da nossa geração, e o Brasil possivelmente pagará um preço bem maior do que muitos acreditam por ter um presidente incapaz de liderar em meio à pandemia. [Segue a thread👇]
A pandemia é uma ocorrência raríssima, q provavelmente moldará nossa geração +do q qq outro evento, e as decisões tomadas por líderes nacionais nos próx anos, em um mundo em fluxo, terão consequências em longo prazo ñ apenas para suas nações,mas tb para a comunidade internacional
Como Janan Ganesh, do @FT, argumentou em uma coluna recente, é provável q o próximo presidente dos EUA tenha a oportunidade de definir os fundamentos da era pós-pandemia. https://www.ft.com/content/cb3085e2-7ef9-11ea-82f6-150830b3b99a
Da mesma maneira, as decisões do presidente americano Truman, depois da Segunda Guerra Mundial, moldaram a ordem global e a política externa dos EUA por décadas.
O mesmo provavelmente se aplica aos líderes de nações menores, haja vista o quanto o mundo parecerá profundamente diferente após a pandemia. Por exemplo, @jamescrabtree recentemente argumentou q todo o conceito de Mercados Emergentes pode deixar de existir https://foreignpolicy.com/2020/05/03/emerging-markets-coronavirus-pandemic-economic-fallout/
Se presumirmos que as escolhas feitas agora podem definir o contexto no qual futuros governos operarão, os países q atualmente têm líderes inteligentes serão recompensados ​​desproporcionalmente - simplesmente pq, devido ao contexto histórico, suas lideranças terão maior impacto.
Mesmo em países menores, líderes que respondem adequadamente à crise serão cruciais, pois as sociedades precisarão determinar como se adaptar à nova realidade nas áreas de política de saúde, emprego, transporte, educação etc, que serão todas impactados massivamente pela COVID -19
Países que atualmente têm maus líderes, por outro lado, podem acabar sendo punidos mais do que em circunstâncias normais. Além de gerir mal a crise, eles deixarão de estabelecer as bases necessárias para iniciar a (provavelmente dolorosa) adaptação de longo prazo.
No Brasil, por exemplo, Bolsonaro pode se tornar um líder que trará ao país consequências altamente negativas. Ele se recusa a aceitar evidências científicas, tornando impossível uma resposta ágil a futuras ondas de COVID-19 e outras possíveis pandemias nos próximos anos.
Potencialmente ainda pior, ele exclui o Brasil do debate global sobre um mundo pós-COVID e representa um enorme obstáculo para enfrentar os numerosos desafios que o país (junto com o resto do mundo) enfrentará nas áreas mencionadas acima.
Enquanto outros governos estão olhando para o futuro, cooperando com outros países, promovendo debates sobre questões como a Renda Básica Universal e preparando escolas públicas para futuras pandemias, o Brasil corre o sério risco de ser deixado para trás.
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