Bolsonaro derrete pesquisa após pesquisa e muita gente comemora.
Segue este fio para entender que isso é CARACTERÍSTICA de todos os regimes fascistas e que é mais perigoso do que você imagina.
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Segue este fio para entender que isso é CARACTERÍSTICA de todos os regimes fascistas e que é mais perigoso do que você imagina.
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A bem da verdade TODOS os regimes fascistas tiveram pequena duração. Quase todos compreendidos entre 1922-1945. Com um pouco de boa vontade você traz a primeira data para 1914 ou 1915, mas não passa de 1945.
Contingência histórica? Não. O fascismo é um sistema que se auto consome
Contingência histórica? Não. O fascismo é um sistema que se auto consome
Do ponto de vista econômico o fascismo é capitalista. Não o capitalismo financeiro internacional que alguns defendem hoje, mas um capitalismo de violenta extração de mais-valia justificado pela defesa dos "valores da pátria".
Daí que não existe fascismo sem propriedade privada, extração de mais valia, aumento dos investimentos produtivos e ampliação do trabalho assalariado. E isso força o sistema pois o capitalismo vive da contração dos salários e da maximização dos lucros.
Há aí o primeiro problema. Um sistema político que vive de NEGAR a luta de classes só consegue viver como capitalismo com uma enorme força de coerção e controle social.
Dito de outra forma, se o fascismo expande sua base econômica (como na Alemanha de Hitler, por exemplo) com crescimento, vive o problema do aumento das forças de coerção do Estado e se entra em crise econômica (como na Itália) não consegue controlar o descontentamento social.
Do ponto de vista do indivíduo há outro problema que leva a descontinuidade do sistema todo. Quando mais a realidade fática se distancia das formas de interpretação do fascismo, mais violenta é a defesa messiânica de suas visões por parte de seus apoiadores.
Este padrão retroalimentado de auto-engano é bem descrito por Adorno e provoca NECESSARIAMENTE um momento de ruptura violenta gerando uma força do Estado fascista para cada vez mais controlar a sociedade e evitar as "dissidências".
O fascismo "derreter", portanto, significa um aumento da violência de Estado numa espiral que leva ao fechamento dos regimes ao mesmo tempo que consome capital político das lideranças, tonando o fascismo como um grande incêndio de curta duração, com muitos danos.
Duas contradições já foram ditas: a econômica e a de cunho sociológico-psicológico na questão do apoio das massas. Há, contudo, uma de caráter político institucional.
O fascismo gera um processo de centralização de poder violentíssimo. Daí Bolsonaro querer ministros-de-fachada, viver repetindo que é ele quem manda e outras sandices. A questão é não aceitar delegar ou dividir poder.
Ao mesmo tempo é IMPOSSÍVEL para o sistema fascista consolidar o controle social e político sem o aumento (e consequente aumento de poder) de algumas instituições. E isto provoca atritos imediatos e recorrentes.
Assim, se fortalece as milícias e os grupos paramilitares para aumentar o controle social gera atrito com o exército e as polícias. Se permite o fortalecimento do exército e o judiciário precisa lidar com a autonomia destas instituições.
Daí que o projeto de "controle" social e político do fascismo encontra limites nas suas próprias contradições. E sem a capacidade que democracia tem de buscar consensos e acordos o fascismo é um projeto fadado ao fracasso e em curto espaço de tempo.
Não é só o caso de Bolsonaro. É uma constante para TODOS os exemplos históricos. O perigo é que quanto maior forem as rupturas internas e as contradições percebidas, maior é a violência empregada para contê-las.
Os campos de concentração alemães, o controle sobre o judiciário, as milícias italianas, a segunda guerra e etc. são todos exemplos desta lógica. Bolsonaro, por exemplo, já demitiu militares, ordenou acampamentos armados na frente do Congresso e marchou sobre o STF ...
Não ver nestes atos, como o aumento da violência contra a imprensa, a espiral de violência e auto-consumo fascista é desconhecer o processo. O próximo passo será o ataque às instituições de esquerda e a tentativa de golpe. Como, aliás, ele está ameaçando caso o STF solte o vídeo.
Daí nos resta duas possibilidades: ou deixar ele se consumir, se protegendo da tempestade que virá, ou tentar acelerar o processo, mas tendo que estar pronto para o confronto nas ruas.
Esqueçam instituições. Esqueça o judiciário.
Só nós, organizados, podemos vencer o fascismo.
Esqueçam instituições. Esqueça o judiciário.
Só nós, organizados, podemos vencer o fascismo.