Estamos AO VIVO com Persio Arida e Elena Landau ( @elenalandau) para falarmos sobre a economia pós-pandemia.

Junte a família e venha ver esses dois gigantes conversarem sobre o futuro do país, com mediação de Paulo Gontijo ( @gontijorj).

"O problema é de uma complexidade inédita. Nós enfrentamos uma grande pandemia pela última vez na Gripe Espanhola, mas pequenas epidemias são comuns. Pandemias, não.
Todos os países do mundo estão se endividando para sustentar suas economias. Todos, sem exceção. Em todos eles, a queda de atividade econômica é muito grande. No Brasil, se estima 6,5% de queda no PIB esse ano. É uma recessão sem precedentes na história" - Persio
"O problema nosso aqui no Brasil, é que existem orientações diversas. Os governadores implementam uma quarentena, o Presidente é contra. A desorientação destrói capital cívico. De certa forma, ficamos no pior dos mundos.
Temos o custo econômico da quarentena, mas colhemos pouco do benefício advindo da forte redução da contaminação e altos índices e isolamento social.
A crise é agravada pelo comportamento do presidente. Como ele vai na contramão dos governadores, há um efeito de desorientação da população." - Persio
"Vocês tem duas abordagens diferentes pro problema de sustentar empresas durante uma pandemia. Todo mundo sabe que a gente tem que gastar mais com saúde, com uma rede de sustentação dos mais pobres, com o mantimento da máquina pública. (...)
Como temos uma forte arrecadação, esses projetos podem ser feitos. Se o Brasil está gastando bem ou mal, é outra história. Mas há um quarto elemento, com abordagens diferentes. A Alemanha, agora, está fazendo o que fez em 2008: o Estado está pagando o salário dos mais pobres.
Direto. Tão simples quanto isso. Tem um efeito de sustentação de emprego, mas também ajuda as empresas, porque é como se a folha caísse subitamente. A Inglaterra também segue por esse caminho. Ao mesmo tempo, provêm ajuda às empresas e criam uma regra de manutenção de empregos.
A outra abordagem é o Brasil. O Banco Central disponibiliza uma linha de crédito para pequenas e médias empresas com garantia de 85% pelo Tesouro Nacional. Isso é menos efetivo - por que? Primeiro, o Banco pode querer não emprestar.
Apesar do risco de queda do Banco ser só de 15%, se o Banco achar que a empresa não vai se sustentar, ele não empresta. Segundo, é mais fácil para as empresas demitir todo mundo do que assumir um empréstimo. É pouco custoso ao Tesouro, mas não garante empregos." - Persio
"A transição é lenta. As pessoas falam: 'vai ter uma recuperação em V! O Brasil vai surpreender o mundo pela força e vigor de sua economia!'. Gente, esquece. Não tem recuperação em V em lugar nenhum do mundo. A recuperação é lenta.
Você teve uma parada súbita na atividade, não se retoma de uma hora pra outra. Em paradas súbitas, empresas quebram, o comportamento muda, a articulação de setores muda também. A volta é lenta, não tem nada em V, a não ser por delírio." - Persio
"Claramente, o Brasil não fez o que devia ter feito em matéria de produtividade e crescimento. Primeira coisa, quando se quer crescer, é abrir a economia. O que foi feito? Assinou-se um acordo do Mercosul com a Comunidade Europeia, negociado há 20 anos.
A bola tava na cara do gol. O acordo precisou ser ratificado por todos os países; Bolsonaro agrediu Macron. Sabe o que vai acontecer? Nada. O acordo não vai mais pra frente.
As nossas tarifas de importação para bens de capital e informática continuam mais altas do que a dos nossos parceiros do Mercosul. Como você quer renovar nosso parque industrial, nossa produtividade, se o essencial está tarifado de forma proibitiva?
Em outras palavras: se não tiver abertura, não vai. Toda economia emergente cresce quando é aberta. A abertura é muito simples: soma exportação e importação e divide pelo PIB. É a medida mais simples do mundo, e o Brasil é uma economia fechada.
Fechada para o comércio. Economia emergente que cresce é aberta. Quer virar o Chile? Singapura? Taiwan? Coreia do Sul? Abra a economia. O que foi feito em matéria de abertura? Nada. O que foi feito em matéria de educação? Nada.
O ministro está preocupado em caçar comunistas, como se as crianças deixassem de aprender português e matemática porque o professor é comunista. Isso é coisa de doido. O que foi feito em matéria de privatização, a tal propalada "agenda"? Nada. Zero.
Você tem um ministério da economia com uma retórica liberal, mas que, na prática, é muito menos liberal do que foi o governo Fernando Henrique, ou que foi o governo Temer. Na agenda de produtividade, em particular, não avançamos nada. Isso é crítico." - Persio
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