Temos no direito processual um princípio chamado Árvore dos Frutos Envenenados. Ela diz que se uma prova foi obtida de modo ilegal - uma tortura, por exemplo -, todas as outras provas obtidas através desta primeira também serão ilegais.

Falo do gol do Rondinelli, praticado, posto que um milagre, aos 41 do 2T contra o Vasco do dia 3 de dezembro do ano da graça de 1978. Rondinelli subiu como um mortal, cabeceou como um arcanjo e quando voltou ao solo já era uma divindade, a bola se debatendo nas redes (...)

(...) de Leão e ele, o Deus da Raça, eternizado no altar que se erguia do gramado do velho Maracanã, delimitado pelo fosso que separava toda a gente do campo santo. E a minha teoria é que o gol de Antônio José Rondinelli Tobias é a
Árvore dos Frutos Abençoados.

Nada de grandioso que aconteceu na
história flamenga é destacado daquele momento sagrado. O time que se
tornou tricampeão e depois dominou o país, o continente e o mundo, e
tudo o que veio depois, da falta do Pet à cabeçada de Angelim, (...)

(...)dos rompimentos do Imperador aos gols de Gabigol ao pé do morro em Lima, nada, absolutamente nada aconteceu sem derivar do gol do Rondinelli.
Estamos à sombra de árvore que o Deus da Raça fez crescer em segundos em dezembro de 1978, nos alimentamos de seus frutos, (...)

(...) nos fortalecemos de sua seiva, nos espalhamos por aí como as folhas que caem são levadas pelo vento.
E hoje é aniversário de Rondinelli. Por todos os cantos será exposta a
foto do momento do milagre, mas eu quero deixar esta outra.

Uma foto que ele está sendo abraçado pelos seus companheiros, porque é um abraço de 40
milhões de pessoas que Rondinelli merece hoje. Rondinelli, o Deus da Raça. Rondinelli, a quem devemos nossa imagem e semelhança.

Rondinelli, da Árvore dos Frutos Abençoados, fruits of blessed tree. Obrigado, Rondi, e feliz aniversário. A gente te ama.