SER MULHER ANTES DO 25 DE ABRIL- A THREAD:
Todos os maridos tinham o direito de abrir qualquer tipo de cartas que viessem no nome das suas esposas, direito este, que estava estipulado por lei no código civil de 1966.
Estima-se que a diferença salarial na altura rondava os 40%, sendo que existia a impossibilidade de seguir certas carreiras profissionais, só por se ser do sexo feminino.
Só depois do 25 de abril de 1974, as mulheres conseguiram ter a oportunidade de, por exemplo, candidatarem-se a postos de cargos de administração local, seguir a carreira militar ou serem polícias.
Não existia participação política universal para as mulheres antes do 25 de Abril. Este direito só foi conseguido nas primeiras eleições após a revolução dos cravos, em 1975, através do decreto lei (DL 621-A/74, de 15.11) publicado no final de 1974. +
+ Antes disto, só as mulheres com um curso ou sendo chefes de família tinham acesso ao direito do voto, mas é importante salientar, que se as mulheres com um curso fossem casadas e o seu marido fosse capaz de votar, estas perdiam o direito de participação na vida eleitoral.
“Entre marido e mulher não se mete a colher-não era possível o anulamento do casamento católico e se a mulheres não fossem virgens pela altura do casamento, estas poderiam ser legalmente repudiadas pelo marido. As mulheres, após o casamento, eram confinadas a manterem a figura +
+ de "boas donas de casa", sendo que, após a consolidação do matrimónio, eram lhe atribuídas as tarefas domésticas e a função de cuidar dos seus filhos.
O aborto era extremamente proibido, porém isso não significava que os mesmos não se realizassem em condições precárias e de pouca higiene. A realização de um aborto era punido por lei com prisão. Poucas eram as mulheres que tinham a possibilidade de realizar um parto +
+ com condições de higiene adequadas ou terem a possibilidade de ir a um hospital. Em 1973, em Portugal, a taxa de mortalidade infantil rondava os 44,83%.
O uso dos métodos contracetivos pelas mulheres, estava sujeito à vontade dos seus maridos. Uma vez que uma mulher não podia tomar qualquer método contracetivo contra a vontade do marido.
Antes do 25 de Abril, o simples ato de abrir uma conta bancária ou a saída de Portugal para o estrangeiro, tinham de ser consentidas com a autorização do marido, ou pelo pai, se a mulher ainda não fosse casada.
A história da repressão e da inferioridade que as mulheres viveram não se resumem a esta meia dúzia de tweets.
E é por isso mesmo, que é importante relembrar a luta que estas irmãs tiveram, para nós não termos de passar, pelo que elas passaram. ~end of thread~
#25deabrilsempre
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