O cercadinho do Alvorada murchou. Cobri a portaria em diferentes momentos do governo e é nítido que Bolsonaro não encontra mais no seu quintal o apoio de outros tempos. Não acabou o amor, mas os aplausos incondicionais deram lugar a um tom de cobrança. Segue
O episódio do haitiano que disse "Bolsonaro acabou", em 17 de março, foi chamativo, mas a verdade é que momentos com críticas e reclamações têm se tornado comuns. Não era assim até o final do ano passado, quando foi tirada essa foto. Aí era só amor.
O cercado chegou a ficar completamente vazio com a chegada do coronavírus, como nessa foto de 21 de março, aniversário de Bolsonaro, mas voltou a receber militantes com as seguidas convocações do presidente. Os que voltaram, porém, apoiam mas pressionam. Isso irrita Bolsonaro.
Não acho ser coincidência que cada saída e entrada do presidente no palácio tenha deixado de ser transmitida em lives no Facebook desde a semana passada. A segurança também apertou, com mais divisórias limitando a circulação e não deixando entrar nem chave de carro no ambiente.
Na última quinta, Bolsonaro passou 5 minutos com não mais que 15 militantes e tretou com dois deles. Um, que perguntou de Mandetta, foi chamado de repórter. Outro quis falar de promessa de campanha e foi rotulado de "sindicalista". Ambos tiveram o nome anotado pela segurança
Em resumo, o ritual do cercadinho está longe de virar protesto, mas deixou de ser certeza de apoio e propaganda para as redes sociais. Vamos ver como Bolsonaro vai lidar com o novo cenário.
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