Thread: fatores de risco para o Governo.

1. Fazer os R$ 600,00 “chegar na ponta”: fazer com que a ajuda emergencial chegue ao bolso dos trabalhadores informais. A expectativa do governo é de que isso ocorra a partir de 10/04. Até lá, as cobranças sobre o governo devem seguir.
2. Desemprego: IBGE captou que o desemprego no trimestre encerrado em fevereiro atingiu 11,6%. O total de pessoas sem emprego ultrapassa 12 milhões. Como a tendência é que o desemprego cresça, o alto índice de desempregadas pode afetar negativamente a imagem do presidente.
3. Embate entre os Poderes: o debate em torno das medidas emergenciais destinadas ao combate ao coronavírus tem provocado uma disputa institucional. Há uma espécie de aliança informal entre Congresso, Supremo Tribunal Federal e governadores. Risco de pautas bombas.
4. Aumento da violência: caso o ambiente social fique muito deteriorado, a criminalidade pode aumentar, inclusive com saques a supermercados e farmácias, sobretudo se o nível de pobreza crescer muito. Tensão social deve estar no radar.
5. Covid-19: grande ameaça para Bolsonaro. Hoje o medo da pandemia é o item número 1 da agenda da opinião pública. O aumento de contaminados e de mortos pode aumentar desgaste da imagem presidencial.
5. (cont) Na última pesquisa Datafolha, a avaliação negativa do desempenho de Bolsonaro atingiu 39%. Na sondagem XP/Ipespe, a desaprovação ao governo somou 42%. O apoio ao presidente nas duas sondagens girou em torno de 30%, dentro da sua média nos últimos meses.
6. MP Trabalhista: a medida provisória que possibilita às empresas negociarem com seus funcionários reduções salariais em troca da manutenção do emprego pelo período de três meses traz riscos ao governo nos campos político e jurídico.
6. (cont) Mesmo que a medida seja economicamente justificável, a situação social no país provocará, no curto prazo, insatisfação dos empregados afetados pela redução salarial. Como consequência, haverá pressões políticas e CN poderá aprovar medidas para reduzir insatisfações.
6. (cont) Outra ameaça reside no campo jurídico. Há advogados afirmando que o artigo 7 da Constituição estabelece que o acordo individual não é permitido nem em situação de calamidade pública e exige acordo coletivo, o que eleva o risco de esse debate acabar sendo judicializado.
6. (cont) A liminar dada por Lewandowski será votada no Plenário dia 16 de abril e tudo indica que sera revertida.
7. Reformas em xeque: o protagonismo da pauta social cria um ambiente desfavorável ao avanço das reformas. Eventuais avanços na agenda reformista não devem ser descartados, mas são improváveis, mesmo após o controle da pandemia. Devem ficar para 2021, inclusive Tributária.
8. Comunicação: o governo continua com dificuldade de comunicar suas ações. Na edição da MP Trabalhista, por exemplo, a equipe econômica começou perdendo a batalha da comunicação.
8. (cont) Ao invés de focar nas medidas de compensação aos empregados que tiverem o salário reduzido, prevaleceu a narrativa sobre as consequências negativas da redução salarial. A disputa de narrativa MS x PR também pode confundir a opinião pública.
9. Falta de EPIs: Mandetta afirmou que há pouco estoque suficiente de equipamento de proteção individual (EPIs). A falta, sobretudo de máscaras, poderá criar aumento no pânico, principalmente entre profissionais da saúde, que ficarão sem proteção para atender os contaminados.
10. Pressão por mudanças na regra de ouro e no teto de gastos: a necessidade do aumento do gasto público pode levar para a agenda um aumento da pressão pela flexibilização não apenas da regra de ouro, mas também do teto de gastos.
11. Saída de Mandetta: pesquisa Datafolha aponta que 76% dos entrevistados aprovam o desempenho do Ministério da Saúde, o que fortalece Mandetta. Bolsonaro, porém, ainda não se convenceu da necessidade do isolamento vertical, aumentando o risco de conflitos com seu ministro.
12. Relação Executivo - Legislativo: Aumento da tensão deixa Congresso mais independente para avançar suas pautas e deixar Governo como observador das ações de Congressistas. Como mencionado, risco de pautas bombas.
DISCLAIMER: Como em todo mapa de risco, os itens a seguir são potenciais riscos e não necessariamente se tornem realidade. Serve como mapa do que pode afetar o Governo e a Presidência.
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