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Sou infectologista e epidemiologista. Sempre esperamos poder diagnosticar um agente infeccioso causando doença e dar o tratamento específico. É como tratamos várias infecções bacterianas e parasitárias. Com o coronavírus não é tão simples e devemos mirar em outras estratégias
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Cloroquina, azitromicina, ivermectina e outras drogas têm sido anunciadas para tratar COVID-19 baseado em estudos com células em laboratório. Várias destas tem ação contra diversos vírus documentadas há décadas mas não são usadas para tratamento https://bit.ly/34gtnEW 
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Por que temos que ter cautela com tratamentos miraculosos? Porque estudos in vitro por vezes usam drogas em concentrações muitas vezes impraticáveis. Por exemplo, a concentração de ivermectina em estudo australiano é 50x maior que a usada geralmente. https://cutt.ly/utH1Hox 
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Ainda há evidência excassa para uso de cloroquina como tratamento comprovado contra COVID-19. Ensaios clínicos bem conduzidos são necessários. Ação contra o vírus não é igual a ação clinicamente relevante. Sofosbuvir para febre amarela e Zika é exemplo de falta de aplicação.
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O que pode ser feito então para diminuir o impacto e mortalidade de COVID-19? Sem mágica: Sistemas de saúde estruturados para lidar com aumento de casos e complicações; leitos e profissionais de UTI; protocolos de suporte avançado; testar, isolar e rastrear casos e contatos
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O enfretamento contra COVID-19 necessita ciência, colaboração e articulação de diversos setores para estratégia escalonada. Isso exige principalmente o fortalecimento do SUS, incluindo seu financiamento e profissionais pra reduzir o impacto da pandemia na sociedade.
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Não tem mágica. Leitos e profissionais de cuidados intensivos são mais necessários que nunca e irão fazer a diferença na mortalidade por COVID-19. https://twitter.com/UtiCorrea/status/1247189826450984960?s=20
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