Essa semana recebi o relatório da @sportsilab sobre a nova era dos esportes e numa sociedade líquida (Baumam), onde o jogo mudou e as transmissões mudaram, o torcedor/consumidor, motor disso tudo, está passando pela maior mudança desde o século XIX, vale a reflexão, vem no fio
Por mais de um século a indústria do esporte cresceu dia a dia sem muitas mudanças, até q em 2015, em um evento, o presidente da ESPN disse “temos um pequeno problema aqui”, haviam perdido 3.2M de assinantes no ano, pela 1ª vez na história a indústria do esporte estava vulnerável
Esporte e tecnologia sempre andaram juntos, um impulsionando o outro. No centro disso tudo, o torcedor/consumidor, o motor disso tudo e quem paga a conta, comprando ingressos, pagando para assistir pela TV (publi ou ppv) e comprando artigos esportivos, os 3 pilares da indústria
O paradoxo dessa equação de sucesso por anos e anos, tecnolgia + esporte, é que ela chegou num ponto em que mudou as configurações do motor disso tudo, o hábito de consumo do torcedor, a indústria do esporte como conhecemos identificou uma rachadura nas suas fundações
E o mais incrível, essa rachadura surgiu em algo que parecia sólido o suficiente para sustentar tudo, a fidelidade do torcedor ao seu time e ao seu esporte preferido até a morte. Outro pequeno detalhe, o número de crianças praticando esportes está diminuindo.
Outro detalhe, o absurdo crescimento do consumo de conteúdo por celular, ótimo para ver o último episódio da série no ônibus, péssimo para assistir a final do campeonato. Além disso uma infinita quantidade de oferta de entretenimento disponível concorrendo com esportes
Outro ponto, a atenção do fã é uma commodity finita, limitada ao seu tempo disponível. O novo fã de esportes busca diversão acima de tudo e gasta 11% do seu tempo livre com seu esporte favorito, algo como 6 horas do seu final de semana, a concorrência fica com o resto
De 1850 a 1950 vivemos a era do torcedor local, torcia pro time da cidade, consumia conteúdo ouvindo a radio e lia o jornal local, frequentava grupos socias e de torcedores da própria comunidade, seguia apenas o seu time, valorizava a vitória e era fiel ao até morrer
A partir de 1950 até hoje em dia torcemos para times do mundo todo, interagimos com torcedores do mundo todo, consumimos conteúdo por satélite, cabo, streaming, seguimos times e acompanhamos ligas, priorizamos a vitória e somos fiéis até morrer
A partir de agora entramos na era do “fluid fan”, que torce para jogadores e não para times, ele vai com o LeBron do Cleveland para o Lakers, vai com o CR7 do Real para a Juve, vai exigir de seu times posicionamento sobre valores sociais que se identifica, ou vai trocar de time
Cresceu no Twitter, Twitch ou Fortnite, ter ido ao estádio com o pai na primeira infância não vai ser relevante na escolha do time, não tem identidade fixa a ponto de “torcer até a morte”, vai consumir vários esportes e pode até torcer contra seu time para pontuar no “Cartola”
E, acima de tudo, comunidade, nichos, o reddit da NBA já tem mais de 1.8M inscritos GERANDO CONTEÚDO entre eles, socializando, trocando idéias, dados, estatísticas e highlights, tudo online.
Novo fã, novas regras. Descubra o q o seu consumidor (que está produzindo conteúdo também) quer e trabalhe nisso, o futuro está mais perto do q vc imagina.
o dado estatístico mais poderoso que seu clube deve buscar, o do hábito de consumo do seu torcedor.
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